Por: Hds
O escritor Grant Morrison anunciou recentemente que é "não-binário". Não vou me dar ao trabalho de pesquisar sobre o assunto pra entender de verdade sobre o termo, pois não tenho interesse algum de assimilar o vocabulário fabricado por ideólogos que buscam estabelecer palavras amparadas em conceitos mal-embasados. Vou me limitar a comentar o fato de que essa notícia, ao contrário do que afirmam sites tendenciosos que correram para debater a "relevância" dela dizem, é a mais insignificante do ano de 2020.
Na tradução do site O Vicio abaixo o autor fala:
"Quando eu era criança, não existiam palavras para descrever certos aspectos da minha experiência. Eu sou não-binário, cross-dresser, queer, desde que eu tinha dez anos"
E a respeito da linguagem usada para definir variações dentro de grupos lgbt+siglas-que-não-acabam-nunca, ele comenta:
"Hoje em dia, temos um vocabulário totalmente novo... Eu penso que é ok perder algumas palavras quando você está criando novas que oferecem maior refinamento na abordagem à experiência"
O escritor sempre admitiu abertamente que gosta de se auto-promover através da audiência que tem na indústria de comics. Destacando o próprio egocentrismo e atraindo, muitas vezes, a atenção dos leitores dele para detalhes da própria vida pessoal, como faz agora.
Mas a verdade é que na atual situação da indústria de quadrinhos americana, com vendas baixas, crise criativa, desvalorização do conteúdo de personagens e histórias, truques sujos para alavancar vendas cada vez mais desgastados e manjados, e a substituição do controle de qualidade e empenho criativo pela agenda ideológica podre nas tramas, a microscópica e fútil nota de rodapé da revelação da condição pessoal/sexual de Morrison, só interessa a quem não dá a mínima pros quadrinhos como forma de linguagem. Quem coloca o próprio meio abaixo do discurso ideológico panfletário.
Em meio a situação drástica em que se encontra o quadrinho de super-herói americano, com várias notas ou boatos apontando para um "possível" abandono das hqs em papel como forma de produto em ambas as editoras, fica a pergunta a sobre a declaração nada importante de Grant Morrison a cerca de sua sexualidade: qual a importância disso?
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