terça-feira, 23 de outubro de 2018

"O DIA MAIS CARO". A PIADA É VÁLIDA...

Por: Hds

Se você pagar o valor de capa dessa série encadernada está "claro como o dia"
que você não tem o menor respeito pelo próprio dinheiro. 

A Panini, a editora preferida dos mega-bilionários, já colocou em pré-venda o volume DC Deluxe de O Dia Mais Claro, o importante evento da tropa dos lanternas verdes. Esta saga é continuação de A Noite Mais Densa, escrita a quatro mãos por Geoff Johns e Peter Tomasi.

A luz de todo o universo se apagou (blackout universal?) e a morte vitimou diversos heróis. Embora Hal Jordan tenha salvo vários de seus amigos numa batalha, auxiliado pela tropa, o retorno à vida de seus companheiros estaria ligado à aparição da Lanterna Branca que surgiu misteriosamente na Terra. Inicia-se agora um novo confronto que vai promover mudanças em vários super-heróis. A saga tem vários desenhistas, dos quais se destacam os ótimos Aaron Lopresti e o brasileiro Ivan Reis.

O encadernado de luxo proposital chega com 668 páginas, capa dura, papel não informado (couché?), 17,5 x26,5cm e prepare-se pra levar uma punhalada esmeralda: preço de R$193,00!!!!!!

A Panini é tão gananciosa que até parece o Larfleeze, o lanterna laranja, que é
 a criatura mais egoísta de todo o universo DC.

O Dia Mais Claro foi publicada aqui pela Panini originalmente em 2011. Teve 13 edições, sendo 12 delas com 52 páginas, papel lwc e ao todo custou R$70,39. Menos da metade dessa estocada cobrada neste novo volume. O livro anterior, A Noite Mais Densa, teve especificações parecidas em tamanho e acabamento. Mas com 532 páginas e preço de R$125,00. Detalhe: o primeiro foi lançado no ano passado! Assim nenhum engraçadinho pode dizer que o aumento se dá pelo tempo entre as edições. A editora teve a canalhice de cobrar R$68,00 a mais pelas 136 páginas excedentes de Dia Mais Claro! É o valor de uma edição de luxo embutida dentro de um "Deluxe"!

Encadernado de 304 pgs, capa cartão, lwc, somente com histórias de Alan Moore na DC
 e custando R$36,90? Isso sim é que era custo benefício Panini....

Lembram que eu falei que esse livrão foi posto em pré-venda pela editora? Adivinhem agora onde ele está? Isso mesmo! Na toda-poderosa e mal-intencionada Amazon. E se você pensou: "e daí seu chato avarento? Se ele tá na Amazon eu vou arregaçar na compra por causa do descontaço que ela costuma praticar! Hahaha!" Doce ilusão...

Até o momento em que publico essa notícia, esse encadernado que "vale mais que barras de ouro", está EXATAMENTE pelo mesmo preço de capa! De repente a Livraria/Megastore mais amada dos nerds financeiramente irresponsáveis não parece tão boa assim, não? Quer um conselho? Se eu fosse você correria atrás das ediçõezinhas avulsas o mais rápido possível! Mesmo por que elas vão esgotar rápido, são bem bonitas e não vão custar as suas córneas...


Estamos pagando o preço de assistir a geração "cale a boca e pegue meu dinheiro" dominar a internet.

Não importando a qualidade da história, o acabamento da edição, os extras que ela traga, o talento dos criadores responsáveis pela obra ou qualquer outro motivo conveniente que uma editora use pra fazer você desembolsar uma quantia aberrativa como essa, a verdade é que NÃO VALE A PENA!!!

E sabe por quê? Por que, historicamente, os quadrinhos nesse país NUNCA foram tão caros como são hoje! E enquanto os leitores não pararem de financiar essa esculhambação, isso nunca vai acabar.

Eu já disse há muito tempo nesse mesmo blog que se tornou inútil reclamar dos aumentos da Panini. Por isso eu critico os preços pelos valores e não pela política das editoras! Pois eu sei que a própria Panini foi a maior responsável pela aberração em que esse mercado "gourmet" se tornou. Não só se recusando a republicar revistas desaparecidas de prateleiras que eram cotadas a peso de ouro no Mercado Livre. Mas trazendo séries que saíram em formatos baratos totalmente elitizados em relançamentos que levaram anos pra acontecer! A Panini FOMENTOU a especulação e os preços abusivos!

E é por isso mesmo que digo que a piada é válida. O trocadilho que li, e que foi usado por um leitor que comentou sobre o preço imbecil e desnecessário do volume, mostra como o passeio de mãos dadas entre a Panini e a Amazon está arruinando o mercado de hq's.

Fontes: UniversoHQ, Guia dos Quadrinhos e Wikipedia.

terça-feira, 17 de julho de 2018

NA EDIÇÃO DE 50 ANOS DA SHONEN JUMP LUFFY E GOKU SÃO OS DESTAQUES

Por: Hds.

Goku deve ter comido a mesma fruta que Luffy comeu pra ficar com essa cara.

A revista em quadrinhos mais emblemática do mercado japonês está completando 50 anos. Estreou em 2 de julho de 1968, sendo inicialmente quinzenal e tornando-se semanal nos início dos anos 70. É  a revista de maior sucesso comercial da editora Shueisha, tendo atingido nos anos 80, a marca de incríveis de 6.5 milhões de unidades vendidas periodicamente. A Jump é, na verdade, uma antologia, funcionando como um título de bestsellers da editora.

O mangá durante boa parte de sua existência foi um sucesso em vendas e público, e ficou amplamente conhecido não só no Japão como no mundo inteiro pelos heróis lutadores voltados para leitores masculinos infanto-juvenis.

E na capa da edição de 50 anos, nada menos que Eiichiro Oda, o criador de One Piece traz uma homenagem ao Goku de Akira Toriyama, aquele no qual Oda admite ter se inspirado para criar o pirata.

A já conhecida poluição visual típica das capas de compilações de hq's para meninos.

Foi nele que justiceiros como Kenshiro de Hokuto no Ken estipularam o padrão do que se tornaria a essência do termo "shonen" no mercado japonês.

O próprio Hokuto no Ken, Dragon Ball, Saint Seiya, Yu Yu Hakusho, Rurouni Kenshin, Hunter x Hunter, Yu-Gi-Oh!, One Piece, Naruto, Bleach, Death Note, Shaman King entre dezenas de mangás famosos foram lançados nas páginas da Shonen, que serviu como uma "vitrine de luxo" pra quem gosta de histórias de ação.

Na Jump, mangakás (quadrinhistas) conhecidos apenas na chamada "terra do sol nascente" se tornaram superestrelas mundiais. Pergunte a qualquer otaku nomes do mercado e ele vai citar: Akira Toriyama, Yoshihiro Togashi, Eiichiro Oda, Nobuhiro Watsuki, Masami Kurumada, Masashi Kishimoto, Tsugumi Ohba entre tantos.

Os maiores astros da Shonen Jump em versão SD.

É por esse motivo que a Shonen Jump deve figurar entre as revistas mais importantes da história mundial dos quadrinhos. Assim como qualquer revista americana ou européia conceituada, pela contribuição à cultura popular de entretenimento. Trata-se de uma publicação que rendeu fartas séries de sucesso e que ganharam milhões de leitores pelo mundo. Séries estas que trouxeram com sido uma infinidade de produtos relacionados, dos quais os animes são os mais cultuados até hoje, e fizeram a diversão de gerações inteiras. Parabéns a essa magnífica revista e vida longa!

sábado, 14 de julho de 2018

MULHER MARAVILHA: O FANTOCHE DO FEMINISMO

Por: Hds.

A Mulher Maravilha de Cary Nord expõe o que todas as mulheres gostariam de ser: bonitas, mas não necessariamente feministas...


A ativista-feminista pró-islã e escritora (ruim) nas horas vagas G. Willow Wilson e o desenhista Cary Nord, vão assumir o título da Mulher Maravilha em novembro a partir do número 58.

O primeiro arco, Just War, mostra Diana indo a um país da Europa pra salvar Steve Trevor, depois de uma unidade militar inteira desaparecer, e acaba topando com Ares

O editor-executivo Dan Didio (que a exemplo de Axel Alonso na Marvel deveria ter sido chutado desse cargo, mas continua fazendo merda na DC há 16 anos) disse que está animado com essa "inacreditável oportunidade" de ter Wilson na M.Maravilha.

A M. Maravilha é uma das poucas personagens que não precisou ser tão distorcida por reformulações tendenciosas, pois ela já foi pensada pra ser feminista desde o começo pelo psicólogo e espertalhão William Moulton Marston. O criador dela afirmava que: "A Mulher Maravilha é uma propaganda psicológica para um novo tipo de mulher que deveria, acredito eu, governar o mundo".

Moulton manteve por um bom tempo uma relação de bigamia com Elizabeth Holloway e Olive Byrne. Algo bastante contraditório pra uma pessoa que notoriamente defendia o feminismo.

Sabendo desses fatos, é totalmente plausível se perguntar: como uma personagem que foi pensada para servir de condutor a um discurso imbecil e feminista tornou-se conhecida no mundo todo? Simples, por que ao longo das décadas posteriores aos trabalhos originais de Marston, diversos escritores emprestaram seus talentos para validar a função dela como personagem de quadrinhos. Deixando de lado toda a asneira ideológica que tornaria impossível fazer com que os leitores gostassem dela!

Assim como na série/crossover da M. Maravilha com o Conan, escrita pela também feminista Gail Simone, G. Willow Wilson pretende usar a personagem como outdoor para sua agenda pútrida. Willow nunca foi uma escritora de quadrinhos, e sim uma militante infiltrada nas redações. Não possui nada relevante assinado com seu nome e seu único mérito foi ter criado uma paródia de super heroína moldada em clichês regurgitados da origem do Homem-Aranha. 

Cary Nord, que ficou conhecido após desenhar histórias do Conan escritas por Kurt Busiek recontando contos originais de Robert Roward, tem um traço mais adequado pra uma personagem feminina que alterna entre uma guerreira e uma embaixadora de dois mundos. Estilizado e minimalista, mas elegante o suficiente para retratar uma Diana bonita e ameaçadora.

Wilson desfrutando de toda a fama, prestígio e riqueza garantidas pela
 cultura ocidental "infiel" na Comic Con NY.

A personagem vem sofrendo nas mãos de escritores que continuam usando da imagem simbólica dela para escrever peças propagandistas. De Gail Simone, passando por Grant Morrison e Greg Rucka, até chegar a contradição ambulante que é G. Willow Wilson. Uma mulher que defende o feminismo, mas ignora sumariamente os abusos cometidos contra mulheres pela religião a qual se converteu desde jovem. Defende o modo de vida e códigos do Corão, mas vive uma vida de estrela da indústria de Comics.

Essa é só mais uma ocasião comum aos dias atuais desse mercado. Assim como a Marvel, a DC continua pervertendo o conceito de seus heróis para atender a uma agenda ideológica. A justiça dos heróis está, quase que completamente, sendo substituída pela "justiça social".

quinta-feira, 21 de junho de 2018

HEROES IN CRISIS É A VERDADEIRA CRISE CRIATIVA DOS COMICS


Por: Hds.


Como uma premissa vazia de significado, um roteirista mediano e super heróis sem motivações  válidas podem originar uma boa história? É uma ótima pergunta. Não podem! Agora esticar uma pasmaceira sem sentido, transformando-a numa trama furada disfarçada de mistério policial, isso já passa dos limites de qualquer falta de vergonha...

Heroes in Crisis é a nova série do roteirista Tom King desenhada por Clay Mann, que mostrará o Santuário, um centro de tratamento psicológico para super-seres. 

Criado pelo Superman, Batman e Mulher Maravilha para ajudar heróis com medinho de violência, o local será o palco de um crime que colocará heróis e vilões (não diga!) como suspeitos.

Até agora pouco foi revelado sobre os detalhes da série ou quantas edições terá. Mas está programada para sair dia 26 de setembro deste ano.

Heróis também são sensíveis como nós! Chuif, chuif. Buááááá...

A origem de uma ideia tão anêmica e autopiedosa vinha sendo maturada na cabeça do escritor já há um bom tempo segundo o próprio.

Por isso mesmo, melhor do que discutir o porquê da DC dar aval pra que mais uma série insípida seja lançada de seus estúdios, é avaliar a pobreza e fragmentação dos argumentos do próprio Tom King tentando validá-la. 

Então vamos colocar chupeta e babador no nosso querido bebezão Tom King e mostrar que ele está errado em borrar as fraudas:

Ele alega que seu principal objetivo com o recorrente tema de traumas decorre de uma iniciativa para alertar a sociedade sobre a violência. Que está usando sua experiência como ex-agente da CIA em ações anti-terroristas para fazer o mesmo nas histórias o que se faz na vida real: orientar pessoas sobre esse mal.

O que o autor está fazendo é mesma coisa que os demais escritores que não entendem como um personagem funciona fazem quando  recebem carta branca da editora para estragá-lo. Nada de "novo" ou "brilhante". As histórias de Peter David no Hulk tem muito mais profundidade psicológica que qualquer material que King tenha feito até agora, por exemplo. O que ele está fazendo é mal-uso deles.

A "grande sacada" do escritor estaria no fato de perceber que heróis teriam que ter traumas e sequelas de batalhas violentas como qualquer combatente teria. Que, assim como soldados que lutaram em guerras, policiais com larga experiencia nas ruas e bombeiros que se ariscam todos os dias, eles sofrem com problemas psicológicos derivados de situações estresse crônico. Mas o que o carequinha desesperado por mostrar serviço com ideias forçadas não cita é que as pessoas que se enquadram nesse grupo de doentes são a MINORIA dos profissionais!

Imagina se todo policial, soldado ou bombeiro acabasse inevitavelmente perturbado ao ponto de ter que recorrer à tratamentos psiquiátricos complexos? Não haveria sequer uma idiota que quisesse seguir essas profissões!

Tanto é verdade, que a maioria absoluta dos profissionais das áreas citadas acima operam em suas profissões com a mesma naturalidade que você, leitor deste blog, sai de casa todos os dias para trabalhar.

O que Tom King faz é o mesmo que, comumente, os artistas munidos de ideologias hipócritas e vitimistas fazem: tratar exceções como se fossem regras!

O pior de tudo é ter que ouvir leitores que se consideram muito "entendidos" e cheios de opiniões burras achando que King é um gênio. Que a ideia do Santuário é algo magnífico, que nenhum outro autor bolou algo tão "óbvio". Os mesmos coitados que concluem: "ele foi um agente da CIA e sabe do que está falando pois viveu na pele". Bando de amebas facilmente impressionáveis...

Lembro de artigo de Mauro Tavares sobre o filme Homem-de-Ferro 3, onde ele acusa essa noção canhestra de que tornar um super herói mais "humano", acaba sempre fazendo com que seja transformado num frouxo, num bunda-mole chorão. Que fazendo assim estão tornando-os mais "realistas". Os leitores atuais estão com a cabeça IMPREGNADA dessa bosta!




Já escrevi vários textos nesse blog sobre histórias da DC e Marvel  que partem de ideias retardadas. Heroes in Crisis é tão vagabunda quantos as outras.

É incrível a teimosia das duas maiores editoras dos EUA em não organizar suas próprias redações. Em não mover montanhas para reunir equipes criativas talentosas (e mantê-las!). Em desorganizar os respectivos universos com reboots, mortes, alterações ridículas e conteúdo ideológico nocivo. Tudo isso na mais patética e falível intensão de desviar daquilo que deveria ser o objetivo principal de toda editora de quadrinhos: PRODUZIR BOAS HISTÓRIAS!!!

Confesso que ando tendo cada vez menos paciência com este nicho de quadrinhos americanos. A Marvel e a DC estão atoladas num fosso cobertas da merda que eles mesmas cagaram. E tentar caçar entre os títulos delas algo que justifique o dinheiro gasto se configura atualmente numa total PERDA DE TEMPO!

Mesmo as poucas hq's que são realmente boas não salvam o panorama geral de nenhuma das gigantes descerebradas do mercado. E o ideal está na já conhecida prática de ler somente mangás e séries fechadas da Vertigo, que não deixam o leitor com o gosto na boca de ter que acompanhar uma maldita novela mexicana podre que não acaba nunca. E isso me faz ter vontade de mandá-las definitivamente À MERDA!