sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

YARA FLOR, A MULHER MARAVILHA BRASILEIRA, NÃO PASSA DE UMA MÉDIA DA DC

 Por: Hds


Ter a nossa cópia oficial da Mulher Maravilha é motivo pra comemorar? Eu acho que não...


Um dos recursos mais usados atualmente nas hqs americanas, e mais desgastados, é o de substituir heróis originais por novatos que assumem a identidade e uniforme deles. Some a isso a política desonesta das duas maiores (Marvel e DC) em sinalizar "virtudes", pondo tipos representando minorias pra assumir a alcunha dos mesmos e o resultado são histórias, em sua maioria, patéticas.

Dentro do evento DC Future State, onde a editora vai apresentar toda uma nova linha de heróis alternativos ambientados no multiverso dela, a nova Mulher Maravilha será uma índia vinda da Floresta Amazônica chamada Yara Flor. Que não substituirá a princesa Diana. Atuará enquanto durar o evento e possivelmente será estabelecida no mundo alternativo de onde veio. A primeira aparição será numa edição de Wonder Woman Immortal.


Toda uma nova formação da Liga da Justiça vai surgir no DC Future State

Substituir personagens é coisa comum nas hqs e quando bem aplicado não representa problema. O problema é fazer isso tendo como motivo um viés falsamente "inclusivo", repetir até a exaustão e produzir quase que por linha de montagem uma horda de heróis fajutos que, via de regra, são cópias apagadas do original. É o caso das múltiplas versões sem criatividade do Homem-Aranha no "Aranhaverso". Sendo que alguns fãs do aranha juram que Miles Morales é melhor que Peter Parker. O problema é que criar dezenas de personagens mal-trabalhados e sem peso cronológico acarreta um efeito de diluição dos elementos que fizeram o original interessante. É inevitável perder parte do interesse no original quando vemos os poderes e visual dele replicados de maneira desleixada.


Ártemis foi uma mulher maravilha durona e raivosa bem no estilo "anos 90".

Nem de longe essa é a primeira vez que outra personagem carrega o nome e traje da Mulher Maravilha. A amazona Ártemis já havia feito isso nos anos 90 ao derrotar Diana numa competição na Ilha Paraíso. Mas hoje em dia na cronologia da DC temos tantas versões de heróis clássicos que a dúvida que fica é: por que de ainda considerar a famosa saga Crise nas Infinitas Terras, quando boa parte do que havia sido "consertado" por ela já foi revertido? Ou seja, se era pra bagunçar tudo de novo, com múltiplas versões dos personagens em múltiplas terras, que se abandonasse de vez a linha temporal em vigor. Apesar de eu ser categoricamente contra a bandalheira universo-temporal da DC.

Do mesmo modo que Marvel e DC já alteraram etnias, cor de pele, sexualidade, origem e personalidade de quase todos os personagens delas, essa "mulher maravilha brasileira" não passa de um agrado, uma média bajuladora festejada por leitores que acreditam que a editora se importa com o nossas expectativas. Quando na verdade ela não se preocupa nem com a qualidade geral das histórias dela que estão em notório declínio criativo. 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

GRANT MORRISON É "NÃO-BINÁRIO", A NOTÍCIA MAIS INÚTIL DE 2020

 Por: Hds




O escritor Grant Morrison anunciou recentemente que é "não-binário". Não vou me dar ao trabalho de pesquisar sobre o assunto pra entender de verdade sobre o termo, pois não tenho interesse algum de assimilar o vocabulário fabricado por ideólogos que buscam estabelecer palavras amparadas em conceitos mal-embasados. Vou me limitar a comentar o fato de que essa notícia, ao contrário do que afirmam sites tendenciosos que correram para debater a "relevância" dela dizem, é a mais insignificante do ano de 2020.

Na tradução do site O Vicio abaixo o autor fala:

"Quando eu era criança, não existiam palavras para descrever certos aspectos da minha experiência. Eu sou não-binário, cross-dresser, queer, desde que eu tinha dez anos"

E a respeito da linguagem usada para definir variações dentro de grupos lgbt+siglas-que-não-acabam-nunca, ele comenta:

"Hoje em dia, temos um vocabulário totalmente novo... Eu penso que é ok perder algumas palavras quando você está criando novas que oferecem maior refinamento na abordagem à experiência"

O escritor sempre admitiu abertamente que gosta de se auto-promover através da audiência que tem na indústria de comics. Destacando o próprio egocentrismo e atraindo, muitas vezes, a atenção dos leitores dele para detalhes da própria vida pessoal, como faz agora. 

Mas a verdade é que na atual situação da indústria de quadrinhos americana, com vendas baixas, crise criativa, desvalorização do conteúdo de personagens e histórias, truques sujos para alavancar vendas cada vez mais desgastados e manjados, e a substituição do controle de qualidade e empenho criativo pela agenda ideológica podre nas tramas, a microscópica e fútil nota de rodapé da revelação da condição pessoal/sexual de Morrison, só interessa a quem não dá a mínima pros quadrinhos como forma de linguagem. Quem coloca o próprio meio abaixo do discurso ideológico panfletário.

Em meio a situação drástica em que se encontra o quadrinho de super-herói americano, com várias notas ou boatos apontando para um "possível" abandono das hqs em papel como forma de produto em ambas as editoras, fica a pergunta a sobre a declaração nada importante de  Grant Morrison a cerca de sua sexualidade: qual a importância disso?