Por:Hds.
Mais sorte para você da próxima vez. E que essa "próxima vez" seja num encadernado! |
Acabo de ler no site Terra Zero a notícia de que a revista
do Juiz Dredd vai ser cancelada no número 24.Juiz Dredd Magazine foi anunciada
pela Mythos em abril de 2013.E logo no início festejavam a presença de autores
como;Alan Moore,Dave Gibbons,Brian Bolland,Pat Mills,Dan Abnett,John
Wagner,Carlos Esquerra entre outros.
Como de costume a mídia em geral noticiou o lançamento da
nova revista com a costumeira profundidade de uma sessão de fofocas entre
lavadeiras.Muitos elogios rasgados e a
puxação de saco costumeira com a qual vários dos auto-proclamados “jornalistas
de quadrinhos” recebem algum trabalho posto em bancas por seus compadres do
mercado nacional.
Mas já naquela época eu percebi que ter uma nova edição com
material da 2000AD publicada pela Mythos não seria lá motivo pra comemorar
tanto assim.Quem conhece a editora sabe que ela é famosa por enfiar a faca(ou
seria um cutelo?)nos leitores com preços descaradamente altos e qualidade
muitas vezes nem tão altas assim.Pelo jeito o tempo que o co-fundador Hélcio de
Carvalho passou trabalhando na Abril não serviu para lhe ensinar qualquer noção
de mercado,pois parece que a sua editora não sabe o que é produzir uma edição
que não pese no bolso.Excetuando as linhas da Bonelli tudo é estupidamente
caro.
Em maio de 2013 temos então a primeira edição que daria
início a uma série mensal.De cara dá pra perceber que houve um risco em
escolher o formato magazine.Por que diabo lançar um título encabeçado por um
personagem desconhecido dessa nova geração nesse padrão,se o formato 17x26cm já
estava devidamente estabelecido e seguro nas bancas?É sempre assim,se a Mythos
puder decidir por um formato para se publicar conteúdo especial,com certeza vai
escolher o mais extravagante.
Temos na edição um total de seis histórias,o que poderia
logo impressionar e fazer com que o título caísse no gosto dos aventureiros que
comprassem.Isso se,somando todas elas não chegássemos ao risível número de 68
páginas apenas!E é claro,embaladas em um “convidativo” precinho de R$10,90.Para
esculachar de vez,temos uma capa que faz questão de expor o nome de Alan Moore(que
só pode ter sido gravado à ferro em brasa no layout básico das capas,sendo que
o nome do autor consta em TODAS elas até o atual número 23!)
Isso acabou se revelando uma isca fajuta pra pegar os
trouxas que esperavam por histórias canônicas do “mago das tramas
infalíveis”.Os mesmos compradores que viram na presença de Moore uma
oportunidade de ler ótimas aventuras,foram os que deram com a cara na
parede.Pois tiveram que se contentar apenas com historinhas curtas e esquisitas
liberadas em migalhas.Isso deveria bastar para esses leitores saudosistas
aprenderem de vez que o velho modo de fazer revistas mix é o suficiente para
demolir qualquer expectativa de sucesso.Mesmo que seja de uma linha com
conteúdo tão bom como foi a 2000AD.E incluir séries novas como Nikolai
Dante,Área Cinzenta,Áquila e Distorções Temporais não ajudou em nada.
No texto escrito por Leandro Damasceno,ele começa dizendo
que a duração da revista foi “criminosamente”
curta e que ela serviu de alternativa aos super-heróis.Certo,certo.Eu não
preciso repetir o porquê dela ter durado tão pouco,mas vamos deixar bem claro
que esse argumento besta de “opção aos heróis” é pura conversa fiada de quem tenta
parecer culto cuspindo no mercado mainstream de HQs.O mesmo mercado que nos
rendeu durante toda a vida mais de 90% do que foi publicado de bom até hoje.Afinal
de contas você conhece alguma criança que começou a ler quadrinhos com Luther
Arkwright?
Depois citam os nomes de séries novas e consagradas que seriam
bem melhores aproveitadas se tivessem suas histórias lançadas em encadernados.E
também de histórias de Moore que não
foram reeditadas nem na Europa.Se é assim deveriam ter lançado um título com
material do escritor em volumes reunindo todo aquele que saiu pela 2000AD.E não
espalhar contos de oito páginas ao longo das mensais.
O Editor de JDM,Pedro Bouça,contou ao site 2000ADBrasil;”o
formato mix está irremediavelmente superado”.Quem nos dera!É só notar
quantidade dele nas bancas para notar o contrário,e saber que toda vez que a
Panini,por exemplo,quiser por pra rodar mais uma de suas “revoluções editoriais”
haverá uma profusão de títulos mix em que só na matemática torta e conveniente da
editora o leitor pagará menos por mais páginas.
O que se lê a seguir é uma sequência de piadas
involuntárias.Bouça mostra sua irritação dizendo que; “quando eu precisava que
divulgassem a revista ninguém mexia um dedo”.E Damasceno continua,fazendo um Mea
Culpa pelo fato do Terra Zero não ter feito eco aos discursos sobre a
importância da revista,que sofria o risco de ser extinta.Falando ainda,que é
preciso dar apoio a quem milita em ajuda aos leitores que tentam evitar o fim
da revista.
Vamos ver se eu entendi bem.A Mythos adquire os direitos de
materiais da 2000AD e resolve publicar em uma edição cara,com poucas páginas e
com histórias escolhidas por ela,e não pelo leitor,e ainda vem botar a culpa nos
próprios consumidores pelo fato deles não “militarem” em causa da Juiz Dredd
Magazine.Quem disse que nós temos que pagar pela imbecilidade das editoras?Quem
disse que elas tem o direito de escolher por nós o formato e o conteúdo das HQS
lançadas no país?
Peguem o exemplo de J.Kendall que quase foi cancelada,mas se
recuperou graças a uma campanha feita pela própria Mythos.Então alguém poderia
perguntar o porquê disso não ter sido feito com a revista do Juiz.É bem
simples,J.Kendall não custava caro e só publica histórias da personagem.
Nunca ficou bem claro se as licenças pagas em quadrinhos
americanos e europeus são caras e o quanto elas custam.Mas o sujeito que vai
até a banca comprar não tem nada a ver com isso e nem tem que se preocupar se a
editora que publica lançou uma tiragem mais baixa para evitar prejuízo.Se ela
não pode arcar com a despesa de lançar a revista de modo acessível então não
lance!
Nota-se que no final da notícia é adiantado aos leitores que
sairá o encadernado Juiz Dredd Nas Garras Do Juiz Da Morte.Mas espere aí, isso não
desmente completamente a viabilidade do formato mix defendida anteriormente pela
editora? Ou seja,a Mythos como qualquer outra editora dá voltas para acabar
admitindo a culpa por um problema que ela mesma faz sempre questão de criar.
Fontes:Zero Hora, Guia dos Quadrinhos e HQManiacs.
Gostei do ton da sua conversa, a babação jornalistica generalizada tbm me enche a paciencia e me faz perder tempo. Quanto ao formato da Juiz Dredd, eu até que gostava, confesso que comprei varias mas na li. Agora voltando a elas, depois de um tempo afastado dos qusdrinhos, descobri pelo sue artigo que a revista tinha sido cancelada.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário rodrigo, seja bem vindo ao blog. eu não sei se você percebeu,mas é inacreditável como os produtores de conteúdo de sites, blogs e canais do you tube fazem vista grossa para as cagadas da editora mythos! seus quadrinhos são escassos, desgraçadamente caros e prejudicados por decisões editoriais das mais imbecis. juiz dredd foi a tentativa da mythos de empurrar um mix (odeio esse formato) goela abaixo dos leitores, para depois lançar encadernados com suas séries principais. ela só esqueceu que quem compra quadrinhos no brasil são caras como eu ou você e não os donos de bancos! No mais, fique à vontade para visitar este espaço quando quiser.
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