sexta-feira, 5 de julho de 2019

A DC CONSEGUIU O QUE QUERIA: ENTERRAR O SELO VERTIGO...

Por: Hds.




Pra quem não é cego e já vinha percebendo os estragos que a DC fez na linha Vertigo essa notícia era previsivelmente esperada. 

A editora anunciou que a partir do ano de 2020 vai substituir três linhas de hqs e entre elas está o selo Vertigo que deixará de existir. Os títulos serão encaminhados ao DC Black Label.

Poucos leitores sabem, até por que boa parte deles está mais preocupada em debater alguma estupidez, mas o fim da Vertigo era inevitável. Não digo isso pelo fato do selo ter algum tipo de "prazo de validade" determinado pela proposta adulta. Ou mesmo por oscilar entre períodos de qualidade e desgaste. Mas sim por que a política da DC Comics (invisível aos mesmos leitores viciados que esbravejam quando mudam as cuecas de um herói, mas são feitos de idiotas pelas editoras) desde o início dos Novos 52 vem o destruindo completamente. 

É comum os americanos ("estadunidense" é meu ovo!) e brasileiros focarem totalmente o interesse nos personagens e eventos, ignorando completamente o que se passa nos bastidores das editoras. Mas eu faço o contrário! Pois é JUSTAMENTE aí que está a informação relevante! Tendo dito isso, nem pensem que eu vou correr pra Wikipedia pra coletar informações idiotas que qualquer aluno de quinta série consegue pra escrever matérias banais e limpinhas. Assim como fazem o UniversoHQ ou o aterro de lixo hospitalar conhecido como Ometete. É por causa deles mesmo que 99,8% dos leitores amebas não sabem que existiu uma figura principal na morte do selo Vertigo: a vaca da Diane Nelson


Diane Nelson foi a doença que matou o selo Vertigo...

Ela se destacou na divisão de cinema da Warner trabalhando na franquia Harry Potter  e em 2009 virou presidente da DC Entertainment. Durante esse tempo houve a mudança da sede da DC para Burbank e em 2011 iniciaram o evento (de bosta) Novos 52. A visão típica dos empresários que descobriram (de forma "genial") que revistas não dão mais dinheiro que filmes preparou o terreno pra essa megera se espalhar. Foi nessa época que vários artistas e escritores saíram da editora putos da vida reclamando da arrogância e mão pesada de Nelson. Entre eles estão George Perez e Paul Jenkins.

Não bastasse a DC dinamitar o universo pós-crise pra por uma aberração de reboot no lugar, alegando que era necessário pra atrair novos leitores, ela ainda adotou uma militância pró-minorias semelhante a da Marvel. Retirou personagens da Vertigo pra atuar no universo dos super-heróis (ideia cretina e que todo mundo desconfiava que ela faria um dia, mas não acreditava que teria coragem pra fazer) como foi com Constantine, Monstro do Pântano e Homem-Animal. Ou seja, a própria política da empresa nesse período deu aval pras cagadas que a loira burra tinha em mente. A DC estava em sintonia com Diane para foder com o selo Vertigo e as decisões dela tiveram livre passagem para provocar o estrago que terminaria por esfacelar o selo.


Essa loira aqui além de não ser burra foi bem competente.

Desde a fundação da Vertigo, o selo mais importante e vitorioso da DC mostrou a que veio com uma bibliografia de fazer inveja a qualquer editora na história dos comics.  Foram centenas de talentos criativos, dezenas de quadrinhos geniais e uma trajetória que mudou as hqs e deixou seu estilo impresso na cabeça dos leitores. 

Até uns três ou quatro anos atrás, apesar de não contar mais com um elenco tão estelar como já teve, a Vertigo ainda mantinha a tradição de trazer opção ao leitor adulto acostumado com temas pesados ou mesmo proibidos nas demais linhas de hqs populares. Foi em 2012 que veio o divisor de águas (de esgoto) que definiria o declínio progressivo da Vertigo: a saída de Karen Berger.

Mesmo do início dos anos 2000 até a segunda metade dos anos 2010, a Vertigo mostrava títulos bons e duradouros. Exemplos disso são Lúcifer e O Inescrito de Mike CareyY O Último Homem de Brian K. Vaughan, Escalpo de Jason Aaron e 100 Balas de Brian Azzarello. Mas a saída de Berger fechava uma história que começou com o próprio faro apurado da editora na busca de novos talentos que resultou na famosa "Invasão Britânica" do mercado americano. Foi ela que trouxe Alan Moore, Neil Gaiman, Grant Morrison, Peter Milligan, Jamie Delano, Garth Ennis entre outros. Se a bagunça que a DC estava em 2011 e a tacanhez de Diane Nelson foram responsáveis por ela pedir demissão, eu não cheguei a descobrir.


De editora/piada com roteiros podres e desenhos feios pintados por colorização computadorizada a Image 
virou uma concorrente para a Vertigo

Enquanto a Vertigo seguia sua trajetória a Image Comics, que durante muito tempo foi uma péssima editora, passou por uma reformulação radical e virou uma publisher de materiais autorais de bastante qualidade. Alguns quadrinhos dela ganharam fama e agradaram leitores adultos exigentes tanto quanto os que o velho selo criado em 1993 lançou. Como exemplos temos: Invencível de Robert Kirkman, Saga do ex-Vertigo Brian K. Vaughan, Lazarus de Greg Rucka, Criminal de Ed Brubaker, Jupiter's Legacy de Mark Millar, Monstress de Marjorie Liu e o que falar do maior sucesso da história da editora, The Walking Dead  também de Robert Kirkman?

A Image de aberração fundada sob a ganância dos novatos artistas saídos da Marvel virou uma ilha de prosperidade, oferecendo maior participação nos lucros de hqs autorais. Isso atraiu diversos nomes de peso da própria DC e gerou um vácuo de criatividade na Vertigo que culminou na derrocada do selo somada ao desinteresse da editora. Após a saída de Berger a DC trocou de editor DUAS VEZES num espaço de sete anos. Enquanto ela passou quase VINTE ANOS como editora lá.


Cairia nas mãos do merdinha do Mark Doyle a tarefa de enterrar o defunto.

A saída de Karen Berger por si só não acabaria com o selo. Até por que ele já estava consolidado e possuía vida própria. E foi naturalmente alguém que estava lá desde a criação que ficou no lugar de Berger, a editora Shelly Bond. Dentro do desgaste provocado por longos anos de gestão incompetente, Bond não poderia fazer muito a respeito da queda de qualidade. Mas certamente não foi esse o pior motivo que viria a aplicar a injeção letal. A proposta do débil mental chamado Mark Doyle é que faria isso...

Em junho do ano passado esse infeliz falou pela DC como novo responsável pela linha e lançou sete hqs que teriam, segundo ele, um caráter "socialmente relevante". Aproveitou pra mentir falando que esse era um "retorno às raízes". 

O resultado é que a DC deixou que esse mongol transformasse a Vertigo numa gráfica de panfletos nojentos recheados de discurso tendencioso e ideológico. Tudo estava lá pra turminha dos justiceiros sociais, ou floquinhos de neve, ou beautiful people, progressistas, você escolhe, espalhado entre as revistas. Os temas eram imigração, feminismo, ataque ao cristianismo, racismo, misoginia, repressão policial, multiculturalismo e liberdade sexual. Tudo embalado em debates viciados e tendenciosismo lacrimejante que, como de costume, é usado pra tentar embasar textos proselitistas. Uma delas nem chegou a ser publicada após petições de cancelamento. Foi Second Coming que contava o retorno de Jesus em tom de sátira. 

O fracasso colossal desses títulos serve hoje como prego no caixão da linha Vertigo.


Obrigado à Vertigo pela inovação, criatividade e diversão que me proporcionou.

E assim temos um fim para uma das maiores linhas de hqs existentes na história dos comics. Ela rendeu séries fantásticas e deixou sua marca na mente de milhões de jovens e adultos em todo o mundo. E se serve de consolo, durou bastante pra nos entreter de maneira brilhante. Que chegue ao fim mantendo a lembrança da qualidade e espanto gerado nos leitores que jamais a esquecerão. Mesmo que esse fim venha pelas mãos de canalhas manipuladores e pela complacência nociva da editora que o criou.

Talvez assim seja melhor...

12 comentários:

  1. E o politicamente correto faz mais uma vitima,ate a Druuna em Anima rejeita o sexo hetero e prefere o sexo homo,triste

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    1. Obrigado pelos comentários. Se uma hq como Druuna foi afetada pela sanha moralista dessa geração "beautiful people" é realmente lamentável.

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  2. oque voce acha do central hqs

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    1. O Centralhqs foi o primeiro canal que eu acompanhei. Na época não havia muitos. Pra um canal maior às vezes o Fernando até que critica certas mazelas com coragem. O conteúdo geral do canal não acho tão relevante assim. Tem muitos vídeos de vendas e resenhas apressadas. O problema é que ele não corta conversa com tipos como o Levi Trindade, aquela turminha de retardados do Blogbuster e o Vinícios do 2Quadrinhos.

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  3. e o politicamente correto faz mais uma vitima.

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    1. A lacração na Vertigo veio pra ser somente o último prego no caixão. O descaso da DC vinha de tempos atrás. Hoje o selo está pronto pra enveredar o caminho do esquecimento. Está cheio de imbecis que não sabem escrever e militantes de ideologias nojentas.

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  4. Ola hds, oque voce acha do Neil Gaiman?

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    1. hoje acho que ele não está escrevendo tão bem como em Sandman. mas é um bom escritor apesar de ser adepto de discurso ideológico nas hqs e de eu discordar de opiniões políticas dele.

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  5. Já diz o ditado: "quem com lacre lacra, com lacre será lacrado".
    RIP Vertigo

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  6. Já diz o ditado: "quem com lacre lacra, com lacre será lacrado".
    RIP Vertigo

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  7. Constantine ter voltado para sua amada Zatanna e' tudo de bom para mim. Adeus Vertigo

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